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Gestão de fornecedores para supermercados: como fazer?

A gestão de fornecedores de um supermercado consiste no processo de seleção, avaliação, monitoramento e desenvolvimento de relações com empresas e indivíduos que fornecem produtos e serviços ao supermercado.

Oferecer bons produtos é determinante para a satisfação dos clientes, e por isso é fundamental exercer essa relação entre as partes. Portanto, aspectos como quantidades, prazo, preço, adequação a requisitos legais e técnicos, aplicação de critérios de ESG (Environmental, Social and Governance) devem ser avaliados.

É uma prática necessária para o bom desempenho de toda a cadeia produtiva, e os processos devem ser monitorados constantemente pelos supermercados e atacados, e é sobre esse assunto que falaremos ao longo deste artigo. Faça a leitura para entender como caminhar em direção aos objetivos estratégicos definidos pelo controle de qualidade do seu varejo!

 

O que é gestão de fornecedores? 

A gestão de fornecedores de supermercado é essencial para garantir que se obtenha produtos e serviços de qualidade, sempre em conformidade com os requisitos e critérios estabelecidos. A seguir, veja um passo a passo para uma boa gestão de fornecedores:

 

1. Faça a seleção e homologação dos fornecedores

O ponto de partida é a seleção e homologação de fornecedores com a análise de fatores como:

  • avaliação do histórico jurídico do fornecedor;
  • pesquisa sobre a capacidade de atendimento e logística;
  • nível de capacidade de inovação;
  • adequações a normas e regulamentações (exigir a documentação é primordial!);
  • certificados de qualidade.

Essa etapa de eliminação é crucial para evitar complicações futuras e compreender quais são as opções que realmente estão aptas a serem consideradas para a fase seguinte.

 

2. Estabeleça uma negociação transparente

Ao negociar com as empresas escolhidas, é importante ir além do assunto “preço”, a melhor negociação é aquela com bom custo-benefício. Portanto, esse é o momento de colocar na balança todas as exigências de qualidade do seu varejo e de se certificar sobre a capacidade do fornecedor para atendê-las. 

Estabeleça uma comunicação clara e objetiva durante as negociações, garantindo que ambos os lados entendam e concordem com os termos. Alinhar essas expectativas será determinante para a próxima etapa!

 

3. Tenha um monitoramento contínuo

Depois de fechar o contrato e de iniciar os fornecimentos, é chegada a hora de colocar em prática tudo o que foi acordado nos passos anteriores. Haverá subsídios suficientes para transformar esse alinhamento em indicadores de qualidade.

Assim, de maneira objetiva, será viável:

  • acompanhar minuciosamente as operações de entrega de produtos; 
  • resolver casos de não conformidades;
  • combinar melhorias necessárias e incentivar o desenvolvimento dos fornecedores;
  • fazer recalls com mais tranquilidade;
  • atestar a qualidade das mercadorias recebidas.

4. Faça uma gestão de riscos

Imprevistos podem acontecer e é sempre bom estar preparado para situações de risco. Por isso, antecipe soluções para momentos em que houver interrupção na cadeia de suprimentos, por exemplo.

Isso ajuda a minimizar as consequências advindas de situações imprevistas e garantir uma gestão mais eficiente e proativa dos fornecedores de supermercado.

 

5. Use a tecnologia a seu favor

Uma dica valiosa para todo o processo de gestão de fornecedores é investir em tecnologias especializadas que favoreçam o monitoramento com informações precisas e análises em tempo real.

Seguindo esse passo a passo, uma organização pode estabelecer uma gestão de fornecedores assertiva, reduzindo riscos, otimizando custos e, em última análise, fortalecendo sua posição no mercado.


Vantagens da gestão de fornecedores

Podemos listar diversos ganhos ao gerir empresas fornecedoras com eficiência, como:

  • maior qualidade dos produtos;
  • bom preço;
  • produtos rastreáveis;
  • relação transparente;
  • redução de perdas;
  • melhora progressiva dos fornecimentos;
  • aumento das vendas.

Agora, vamos entender melhor cada uma das vantagens mencionadas acima. 


Qualidade: comprar os melhores produtos

Antes mesmo da primeira compra, é possível avaliar alguns critérios de qualidade a partir de:

  • documentações;
  • exigências fiscais;
  • visita técnica para conhecer o fornecedor;
  • qualificações técnicas dos produtos;
  • referências de mercado. 

É importante não analisar apenas a qualidade mínima esperada na compra, mas, também, outros padrões de qualidade que o fornecedor possa vir a oferecer como diferenciais.

Depois, ao longo dos processos, é fundamental realizar inspeções de qualidade nos recebimentos das suas mercadorias. A utilização de fichas técnicas de produto é uma forma fácil e padronizada de avaliar a qualidade do que foi recebido. 

Lembre-se que adquirir produtos de qualidade pode significar evitar quebras e rupturas operacionais e, consequentemente, na venda. Justamente por isso é interessante buscar fornecedores que reconheçam suas dificuldades e estejam dispostos a implantar programas de melhoria contínua.

 

Preço: melhores condições de negociação

Sabemos que o preço geralmente é um fator decisivo na hora da compra. Porém, os fornecedores que entregam os menores preços nem sempre são os que entregam a melhor qualidade. Equilibrar esses pontos ao definir seus fornecedores é essencial!

A gestão de informações sobre os fornecimentos permite análises aprofundadas sobre esse ponto. A pergunta a ser feita é: o percentual de desconto que é conquistado na negociação supera o potencial risco de descarte e ruptura na gôndola?

Para buscar o melhor, e não o menor preço, é importante analisar – com inspeções de qualidade, por exemplo – qual fornecedor oferece um bom custo-benefício, possibilitando a negociação e a conquista de preços  mais competitivos. 

 

Rastreabilidade e agilidade no recall

Identificar as origens e destinos dos insumos e produtos comercializados é uma forma de dar segurança e transparência às informações. É um fator que também facilita respostas rápidas e precisas em situações de recall, por exemplo.

Outra questão a ser destacada é que comercializar produtos de origem rastreável atende aos princípios ESG. O seu varejo comprova a venda de mercadorias que reforçam valores de sustentabilidade e o consumidor pode ficar tranquilo ao saber que está escolhendo produtos de boa procedência. 

Aliás, você sabia que, segundo um levantamento realizado pela PwC, cerca de 60% dos consumidores brasileiros dão preferência a produtos com origem rastreável e transparente na hora da compra? Portanto, aposte nesse diferencial ao gerir seus fornecedores! 

 

Transparência e confiabilidade

Conduzir uma boa relação com a rede de fornecimento promove valores indispensáveis para o sucesso dos negócios. Assim, é possível trabalhar em conjunto na busca de soluções que tragam vantagens competitivas a ambos. 

Para isso, é importante que o fornecedor seja confiável e apresente uma reputação sólida, além de uma saúde financeira estável, apresentando:

  • confiabilidade relacionada ao cumprimento do pedido;
  • regularidade na entrega;
  • cumprimento dos prazos de pagamento;
  • conformidade com legislações;
  • certificações de qualidade;
  • comprometimento com a qualidade e com a transparência com seu cliente no varejo e com o consumidor final.

Compradores varejistas que incentivam a entrega de produtos alinhados a essas condições fazem com que o mercado se torne cada vez mais qualificado. Quando uma empresa fornecedora compreende isso, cria-se um vínculo de cooperação.

A grande vantagem aqui é o fortalecimento de toda a cadeia produtiva!

 

Prevenção de perdas

A qualidade dos produtos fornecidos está completamente ligada aos indicadores de prevenção de perdas no varejo. 

A lógica é a seguinte: sem o controle de qualidade, a loja corre o risco de receber mercadorias já comprometidas. Pode ser que esses produtos mal cheguem à área de vendas por apresentarem problemas como danos aparentes ou prazo curto até a data de vencimento. 

Para se ter uma ideia, o ganho em eficiência operacional com o combate a quebras desse tipo pode chegar a 89%, divididos entre:

  • controle de validade (44%);
  • produtos avariados (24%);
  • mercadorias impróprias para consumo (2%). 

As estimativas são de um levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) divulgado em 2022.  

 

Melhoria contínua dos serviços

Contar com mecanismos que possibilitem metrificar os serviços de fornecimento faz com que oportunidades de aperfeiçoamento — ou mesmo não conformidades — sejam identificadas com facilidade e agilidade. 

Isso influencia diretamente a evolução das operações!

A comunicação entre o supermercado ou atacado e seus parceiros flui de maneira mais produtiva, sem ruídos ou equívocos. A gestão de fornecedores passa a ser feita com base em dados consistentes, especialmente quando o varejista opta por uma plataforma para gerenciar essas informações. 

Quanto mais clareza sobre as operações, maiores os ganhos para ambas as partes!

 

Clientes mais satisfeitos e aumento das vendas

Unindo todos os pontos acima, podemos afirmar que uma boa relação entre varejo e fornecedores pode trazer ganho financeiro. Com níveis máximos de qualidade das mercadorias, os clientes tendem a ficar mais satisfeitos. 

Dessa forma, são grandes as chances de que o volume de compras por consumidor se eleve, e o que é melhor: as pessoas passarão a indicar a sua loja a familiares e amigos com mais frequência.

E, se você vai vender mais, quer dizer que vai precisar comprar mais produtos. O crescimento do fluxo comercial se reflete em todas as pontas, e os fornecedores ganham com isso também!

Confira: Manual para Inspeções de Qualidade em supermercados

 

Gestão de fornecedores: exemplo prático

Para conseguir averiguar de forma concreta os pontos citados acima, é preciso contar com ferramentas que permitam clareza e rapidez. Indicadores de desempenho auxiliam esse processo, fornecendo a visão sobre volumes de entrega, qualidade e ocasionais descartes.

Veja este exemplo:

 

 

 

O gráfico mostra a relação entre o volume que cada um dos fornecedores entrega e a sua nota de avaliação – baseada em critérios de qualidade, preço, rastreabilidade e confiabilidade. A partir  desse indicador, podem ser feitas as seguintes afirmações:

A. O fornecedor Mini Frutas tem volume de entrega e nota de avaliação baixas. Por isso, dependendo da representatividade dos produtos deste fornecedor em seu faturamento, talvez seja interessante reavaliar a necessidade de seguir comprando desta empresa.

B. A Fazenda da Sara entrega um alto volume de produtos, porém sua nota de avaliação é muito baixa. Atuar junto a este fornecedor para melhorar sua qualidade pode impactar significativamente na qualidade dos produtos entregues ao cliente final e evitar uma quebra de volume elevado.

C. A empresa Frutas do Sul é o retrato do fornecedor ideal. O volume entregue é tão alto quanto suas notas de inspeção, isto é, provavelmente sua representatividade no faturamento está aliada a produtos entregues com alta qualidade.

D. O fornecedor Nordeste Hortifruti tem níveis satisfatórios de qualidade de entrega, mas talvez seja possível aprimorar ainda mais os serviços e, com isso, aumentar o volume de vendas. 

E. A Banana Azul fornece um volume considerável e tem uma boa avaliação dos critérios de qualidade. Porém, existem oportunidades de elevar ainda mais as notas dessa avaliação.

Depois de conhecer e entender quais são os pontos fortes e chances de melhoria dos seus fornecedores, passa-se ao momento de analisar quais serão as ações tomadas para desenvolvê-los.

Como vimos até aqui, a parceria entre fornecedores e compradores na busca de soluções resulta em vantagens competitivas para as duas partes. Por essa razão, a ausência de uma gestão de fornecedores estruturada pode:

  • comprometer o funcionamento da sua empresa;
  • elevar custos;
  • abalar relações comerciais;
  • aumentar perdas;
  • prejudicar sua imagem perante o consumidor final.

Esses elementos compõem uma estratégia importante para garantir o crescimento sustentável do varejo, visando o atendimento dos clientes com qualidade e segurança. 

Vale a pena aprofundar os conhecimentos no assunto, certo? Então, veja só a indicação que separamos para você: Manual de boas práticas para tornar a gestão de fornecedores mais eficiente.