A gestão da qualidade é um pilar para o setor alimentício e deve ser uma prioridade nos investimentos das empresas. Isso porque negligenciar as estratégias impacta o crescimento do negócio de várias maneiras, uma delas é a perda de clientes.
Prova disso são os dados do Relatório Tendências de Bens de Consumo 2024 divulgado no Valor Investe, que mostrou que 60% dos consumidores consideram que a qualidade do produto é um item essencial para a compra.
No setor alimentício, a gestão de qualidade tem o peso de determinar sucesso ou fracasso. Se você está buscando o caminho para implementar um bom sistema de gestão da qualidade, está no lugar certo. A seguir, confira um guia completo para não errar no processo!
A gestão da qualidade de alimentos é composta por uma série de práticas, processos e diretrizes que visam garantir a segurança e qualidade dos produtos em todas as etapas da cadeia de produção.
Desde a seleção de matérias-primas, passando pelo processamento, armazenamento, distribuição, até o consumo final, cada etapa deve ser cuidadosamente monitorada. Assim, é possível garantir a qualidade dos produtos alimentícios, a satisfação do cliente e o cumprimento das exigências regulatórias.
A principal função da gestão da qualidade, como o próprio nome já diz, é garantir e melhorar a qualidade. Portanto, o gestor da área tem o papel de monitorar os processos para identificar e corrigir qualquer desvio do padrão, o que inclui também incluir segurança dos alimentos.
Vale lembrar que a qualidade refere-se às características que o produto deve apresentar, conforme critérios pré-definidos. Por outro lado, a segurança envolve minimizar os riscos à saúde do consumidor.
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A gestão da qualidade concentra-se em 4 pontos: planejamento, controle, garantia e melhoria contínua. A partir deles, tem-se a base para escolher um bom sistema e superar as expectativas de qualidade. A seguir, entenda melhor sobre cada um.
O planejamento da qualidade envolve definir os objetivos e os processos necessários para entregar alimentos que atendam aos padrões de qualidade em uma determinada empresa.
Algumas tarefas realizadas neste pilar são:
O controle da qualidade é o processo de monitorar e medir os aspectos qualitativos dos produtos. Para tanto, é necessário contar com inspeções e auditorias frequentes para verificar as não conformidades.
Assim, é possível definir planos de ação para corrigir erros e melhorar os processos. O uso da tecnologia a partir de sistemas e checklists contribui para agilizar e consolidar o controle da qualidade em um único espaço.
Para garantir a qualidade é preciso manter registros detalhados de todos os processos e verificações. Os históricos ajudam a acompanhar as evoluções e compreender padrões ao longo do tempo.
Além disso, os funcionários devem ser treinados para estarem aptos a seguir os processos de controle e garantir a qualidade. Não adianta ter um plano consistente que só funciona no papel: lembre-se que é no dia a dia que a gestão da qualidade funciona.
Por fim, a melhoria contínua da qualidade diz respeito aos constantes planos de ação para corrigir as não-conformidades e mentalidade de aprimoramento dos processos.
A adoção de novas tecnologias é uma das ações que faz parte da gestão da qualidade. É útil também ter um canal para feedback de clientes e funcionários, pois isso ajuda a pautar as novas mudanças.
Vale lembrar que o processo de melhoria contínua deve ser parte da cultura organizacional. Quando incorporado no dia a dia, todos os colaboradores estarão motivados a propor novas soluções e participar ativamente do comprometimento com a qualidade.
Um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é um conjunto estruturado de políticas, processos, procedimentos e responsabilidades implementados para garantir que uma organização atenda aos requisitos de qualidade e possa melhorar continuamente seus produtos.
Vale lembrar que, quando falamos em SGQ, nos referimos a toda uma estrutura que deve ser criada, monitorada e ajustada continuamente em uma organização para garantir a qualidade aos clientes.
Nesse sentido, a tecnologia, a partir dos softwares, entra como apoiador principal da gestão da qualidade em qualquer empresa.
Abaixo, estão os princípios de um SGQ baseados na norma ISO 9000:
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Sistematizar a gestão da qualidade na indústria de alimentos é uma iniciativa justificada por uma série de vantagens, como a capacidade de ter a padronização de produtos e serviços que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis, Outros ganhos envolvem:
Para compreender como aplicar a gestão da qualidade, confira o passo a passo no próximo tópico.
Leia também: Guia Principais indicadores de qualidade em supermercados e como medi-los
Para implementar um sistema de gestão da qualidade no ramo alimentício, é preciso buscar algumas orientações - internas e externas para garantir uma implementação ágil que atenda às necessidades. Confira por onde começar:
Comece com a formação de um conselho da qualidade na empresa, um dos requisitos da ISO 9001:2015. Como vimos, trata-se da norma de reconhecimento internacional que facilita a implementação do SGQ.
A norma determina que é preciso uma pessoa, ou grupo de pessoas, a quem sejam atribuídas autoridade e responsabilidade para tomada de decisões nesse âmbito. Portanto, verifique isso internamente, se a equipe já possui todos os profissionais ou se outras pessoas devem ser recrutadas para o programa.
Enumere pontos que possam ser críticos para a gestão da qualidade em termos de processos e da estrutura funcional a partir de um mapeamento aprofundado. Considere aqui:
É fundamental que esses fatores sejam trabalhados para o êxito das ações planejadas.
A visão das metas a serem alcançadas pelo Sistema de Gestão de Qualidade será um critério para manter o foco e o empenho da equipe na direção certa. Por isso, tenha clareza sobre qual será o objetivo dessa mobilização no seu negócio.
Além disso, você precisa ter conhecimento sobre os parâmetros de qualidade dos produtos e processos, desde o recebimento das matérias-primas até a entrega do produto final. Essas informações vão orientar o sistema de gestão da qualidade.
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Identificar produtos e processos de maior impacto permite que a empresa aloque recursos de forma eficiente. Dessa maneira, há o foco em áreas críticas e maximização dos resultados, enquanto os esforços estarão bem direcionados.
Uma opção é recorrer à Curva ABC, uma análise com base na Lei de Pareto. Essa ferramenta ajuda a classificar quais itens têm representatividade no faturamento da indústria e, por consequência, devem ser priorizados. Saiba mais sobre este recurso aqui.
Outra ferramenta válida é a Matriz GUT, metodologia para hierarquizar demandas e identificar o nível de impacto e prioridade de cada uma delas. Quando combinadas, a matriz GUT e a curva ABC ajudam na tomada de decisões mais estratégicas.
Nenhuma iniciativa será eficiente sem o comprometimento de todos os colaboradores. Sendo assim, é importante reforçar a qualidade na cultura da empresa e, para isso, é indispensável oferecer treinamento contínuo.
Uma vez que o sistema estiver estabelecido, inicia-se o acompanhamento. Um responsável da equipe deve assumir essa função, além de supervisionar as ações corretivas quando os indicadores estiverem fora dos limites aceitáveis.
Para mais eficiência nessa etapa, priorize softwares com atualizações em tempo real, alertas e relatórios automáticos sobre não conformidades. Isso facilita a dinâmica de acompanhamento e permite ao gestor da qualidade dedicar esforços e energia apenas no que realmente exige atenção.
Uma parte essencial do sistema de gestão da qualidade são os indicadores para monitorar o desempenho dos seus produtos e processos. Listamos abaixo alguns dos mais comuns para o setor de alimentos:
Produtos |
Processos |
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Esses são apenas os processos mais comuns, mas lembre-se de adaptar segundo o fluxograma da sua produção. Cuidado para não exagerar na quantidade de indicadores, pois isso pode dificultar o controle.
Atente-se às métricas que realmente demonstram níveis de adequação do que está sendo analisado frente às exigências do cliente e aos critérios de qualidade definidos no planejamento.
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Por fim, existem algumas ferramentas de gestão para implementar e manter um sistema de gestão da qualidade no setor alimentício. Confira-as abaixo algumas opções e descubra quais delas podem ser úteis para sua empresa:
Um fluxograma é um mapa visual que proporciona uma visão abrangente dos processos industriais, permitindo a identificação de cada etapa e suas interações. Facilita a compreensão e análise dos fluxos de trabalho, ajudando a detectar pontos críticos e oportunidades de melhoria.
Trata-se de um método sistemático para identificar, avaliar e controlar perigos significativos à segurança dos alimentos. O HACCP é essencial para garantir que os alimentos sejam seguros para o consumo, focando em pontos críticos ao longo da cadeia de produção onde os riscos podem ser mitigados.
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Ferramenta que ajuda a identificar e analisar as causas raiz dos problemas de qualidade. Representa visualmente as possíveis causas que contribuem para um efeito específico, facilitando a análise de problemas complexos e a identificação de soluções eficazes.
Método para avaliar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças dentro da indústria. A análise SWOT ajuda as empresas a identificar suas vantagens competitivas e áreas de vulnerabilidade, além de explorar oportunidades de crescimento e enfrentar ameaças do mercado.
Listas de tarefas e pendências integradas em um software automatizado asseguram que todas as etapas e requisitos de qualidade sejam cumpridos de maneira eficiente.
Os checklists automatizados melhoram a precisão e a consistência na execução das tarefas, facilitando o acompanhamento e a gestão de processos. Nesta ferramenta, listas de tarefas e pendências podem ser integradas, o que assegura o cumprimento e o registro do histórico de todas as etapas e atividades.
Em supermercados, os checklists podem ser usados para verificar o recebimento das mercadorias, a temperatura dos freezers no setor de frios e até para abertura e fechamento de caixa, por exemplo. Cabe ao gestor analisar os relatórios, identificar tendências e áreas que necessitam de melhoria contínua.
Como vimos, a gestão da qualidade é um processo complexo e desafiador, mas fundamental para garantir a segurança e a satisfação dos consumidores. Ao investir em ferramentas eficientes, as empresas constróem uma marca forte e sustentável no mercado.
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