O conceito da qualidade foi iniciado e introduzido no Japão pelo estatístico W. E. Deming, logo após a Segunda Guerra Mundial, a convite da empresa japonesa Japanese Union of Scientists and Engineers (JUSE).
Desde então, essas definições vêm agregando valor para inúmeras organizações em todo o mundo. No setor de alimentos isso não é diferente, pois fazer uma boa gestão de qualidade é essencial para preservar a segurança do consumidor.
Neste artigo, entenda o conceito da qualidade, explore suas principais ferramentas e indicadores. Conheça os seus 7 pilares e como implementá-los. Confira!
Qualidade, segundo a ISO (International Standardization Organization), é a adequação e conformidade dos requisitos que a própria norma e os clientes estabelecem. Em outras palavras, a qualidade é o nível de perfeição de um processo, serviço ou produto entregue pela empresa.
No setor de alimentos, o conceito da qualidade se refere à garantia de que os produtos alimentícios atendam aos padrões de segurança, frescor, sabor, nutrição e conformidade regulatória estabelecidos.
Isso envolve desde a seleção e aquisição de ingredientes de excelência até o controle rigoroso de processos de produção, armazenamento e distribuição, a fim de garantir a entrega de alimentos seguros e saudáveis.
Além disso, aplicar o conceito de gestão da qualidade é fundamental para evitar falhas operacionais que podem causar prejuízos financeiros.
Os conceitos de qualidade possuem uma série de aspectos essenciais para alcançar a melhor performance do serviço prestado. Entre eles, estão: desempenho, confiabilidade, percepção, durabilidade, características, conformidade e atendimento.
Os conceitos da qualidade das empresas do ramo de alimentação são a base para uma operação eficiente e de alto nível. Dentre os conceitos conhecidos, listamos a seguir os 4 principais.
A inspeção da qualidade, como o próprio nome indica, é o ato de conferir todos os parâmetros estabelecidos pela gestão interna em torno do desempenho das operações. Isso inclui, por exemplo, o cumprimento das legislações vigentes.
No setor de alimentos, é muito comum que essa atividade seja realizada com o auxílio de checklists, para que nenhuma informação passe despercebida. Assim, as equipes fazem a observação e julgamento dos produtos e/ou processos a partir de parâmetros preestabelecidos.
Ao final de cada rotina de inspeção, é necessário que seja feito um plano de ação para as não conformidades encontradas. Dessa forma, é possível manter o padrão de qualidade estabelecido inicialmente pela gestão.
O controle da qualidade é a fase em que os critérios de verificação e inspeção serão definidos.
Nessa etapa, também são traçados os planos de ação para cada possível não-conformidade que poderá ser encontrada ao longo das inspeções. Os checklist que são aplicados na inspeção são construídos nesta fase.
As medições realizadas durante o controle de qualidade tornam-se, assim, entradas para o processo de garantia da excelência.
A garantia da qualidade é a certificação de que os padrões pré-definidos estão sendo devidamente cumpridos. Mas como fazer isso na prática? Por meio de auditorias internas.
O objetivo dessa tarefa é corrigir as não-conformidades apontadas no controle de qualidade, e, na sequência, determinar se os produtos entregues estão de acordo com as políticas estabelecidas pela organização.
A gestão da qualidade é a parte final de todo o processo, ou seja, é o elo entre o controle e a garantia da excelência.
Essa etapa consiste na análise de todos os dados gerados pelas etapas anteriores: inspeções, não-conformidades, planos de ação e relatórios de auditoria.
Essa avaliação é baseada no acompanhamento de indicadores. A tarefa decorre da coleta, organização e ordenação das informações que fornecem às equipes uma visão clara de todo o processo. Dessa forma, é possível realizar ajustes em tempo hábil.
As ferramentas da qualidade são fundamentais para garantir a excelência e o aprimoramento contínuo dos processos organizacionais. Explorar e compreender cada uma delas é essencial para promover uma cultura de excelência e alcançar os objetivos organizacionais. Abaixo, citamos as principais.
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Também conhecido como diagrama espinha de peixe, é uma ferramenta visual que identifica e analisa as possíveis causas de um problema ou defeito.
A partir de categorias, como pessoas, processos, máquinas, materiais e ambiente, permite a investigação e solução de problemas.
É uma representação gráfica de uma distribuição de dados, que mostra a frequência com que diferentes valores ocorrem em um conjunto de informações. É útil para entender a variabilidade dos processos e identificar padrões ou tendências.
Também ajuda a tomar decisões sobre como melhorar a qualidade, detectando áreas de melhoria ou problemas potenciais.
Por meio de símbolos e setas, o fluxograma representa as etapas sequenciais de um processo, identificando atividades, decisões e pontos de decisão. Essa representação visual facilita a compreensão das etapas, permite detectar gargalos, áreas de melhoria e oportunidades de otimização.
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Os indicadores da qualidade são importantes na avaliação e no aprimoramento dos processos e produtos. Eles oferecem insights valiosos para garantir a excelência operacional. A seguir, conheça algumas métricas utilizadas no setor de alimentos.
Este indicador avalia se os produtos alimentícios estão em conformidade com os padrões regulatórios estabelecidos pelas autoridades de saúde e segurança dos alimentos. Ele garante que os alimentos atendam aos requisitos legais e de segurança.
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Mede a capacidade dos fornecedores de materiais e ingredientes alimentícios em fornecer itens que atendam às especificações e padrões de qualidade estabelecidos pela empresa. Uma alta taxa de conformidade indica uma cadeia de suprimentos confiável.
Esta métrica avalia a satisfação dos clientes com os produtos alimentícios em termos de qualidade, sabor, embalagem e outros atributos. Ela fornece feedbacks sobre a percepção dos consumidores em relação aos alimentos, o que favorece ajustes nos processos.
Monitora a frequência e o motivo dos retornos de produtos pelos clientes, bem como o número de reclamações relacionadas à qualidade. Esse indicador ajuda a identificar problemas, falhas de processo ou mercadorias fora das especificações, permitindo ações corretivas para evitar perdas.
Na indústria de alimentos, a gestão da qualidade abrange um conjunto de práticas e procedimentos voltados para garantir a proteção, a conformidade regulatória e a excelência dos produtos alimentícios.
Isso envolve desde o controle rigoroso dos processos de produção, armazenamento e distribuição até a implementação de medidas preventivas para evitar contaminação e garantir a qualidade dos alimentos.
Além disso, a gestão da qualidade inclui a adoção de sistemas de gestão de qualidade, como o HACCP (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), que identifica e controla os riscos associados à segurança alimentar.
Por meio da gestão da qualidade, as empresas do setor alimentício melhoram a eficiência operacional, reduzem desperdícios, o risco de recalls e, o mais importante, protegem a saúde e o bem-estar dos consumidores.
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Os conceitos da qualidade citados anteriormente são sustentados por 7 pilares, de modo que toda a equipe se mantenha alinhada e focada em garantir o melhor desempenho das operações. Conheça cada um deles a seguir.
Esse pilar envolve entender as necessidades e expectativas dos clientes, garantindo que os produtos atendam aos padrões de qualidade e segurança exigidos. Além disso, o foco no consumidor implica em estabelecer canais de comunicação eficazes para receber feedbacks.
A liderança deve conduzir o time de maneira estratégica, assegurando a correta execução das atividades e a entrega da qualidade. Isso auxilia o engajamento e o comprometimento dos colaboradores, assegurando que todos estejam alinhados com os propósitos da empresa.
A participação e comprometimento de todos, inclusive dos membros da alta gestão, contribui para um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) eficaz. Funcionários que compreendem a importância da excelência em suas tarefas estão habilitados e preparados para alcançar as metas estabelecidas.
Esse pilar está relacionado à gestão do conhecimento, ou seja, a forma como uma empresa controla seus processos e como alcança seus resultados.
Isso é primordial para o bom andamento e excelência de um SGQ, pois o nível de perfeição de um produto ou serviço depende da qualidade do gerenciamento dos processos.
O constante aperfeiçoamento deve ser empregado à cultura organizacional. O propósito da melhoria contínua é aprimorar a satisfação dos clientes e otimizar processos internos. O que é fundamental para elevar a qualidade dos produtos e serviços e gerar valor nas entregas.
Estabelecer um bom relacionamento com as partes interessadas, como os fornecedores, é importante para identificar necessidades e evitar riscos que impactem as estratégias. Construir relacionamento com as partes interessadas favorece o senso de responsabilidade no que tange ao crescimento organizacional.
A tomada de decisão baseada em informações permite a segurança e eficiência das ações tomadas. Com o auxílio de indicadores de desempenho, é possível analisar quais fatores estão contribuindo com bons resultados, o que precisa de maior atenção e pontos de melhoria.
Para implementar a gestão da qualidade em uma organização, é essencial adotar uma abordagem bem estruturada. Algumas etapas-chave para esse processo incluem:
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