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Desenvolvimento de Fornecedores: quais são os benefícios?

Escrito por Caroline Stein | 20/12/23 12:00

Investir em um bom programa de desenvolvimento de fornecedores é importantíssimo quando falamos de setores altamente competitivos, como é o caso da cadeia de suprimentos do setor alimentício.

Imagine que você está em um evento onde são vendidos inúmeros produtos. Existem centenas de vendedores e você é um deles. A diferenciação entre os produtos é baixa. A que preço você venderia o seu?

Esta é a situação em que se encontra o mercado de alimentos. A pressão competitiva é uma realidade que resulta da existência de muitas empresas de um mesmo segmento no mercado. O varejo é um exemplo: altamente competitivo e com baixa diferenciação.

Ciente desse contexto, você deve estar se perguntando: como fazer o desenvolvimento de fornecedores na cadeia de suprimentos para se diferenciar da concorrência? Explicaremos tudo neste conteúdo. Continue a leitura e conheça as principais etapas deste processo!

 

Para que serve um programa de desenvolvimento de fornecedores? 

Um programa de desenvolvimento de fornecedores é um conjunto de práticas estratégicas para definir as melhores parcerias de negócio. A intenção é avaliar as opções disponíveis, conforme o modo como os fornecedores têm desempenhado suas atividades e, a partir daí, priorizar os relacionamentos comerciais  mais promissores.

A verdade é que sempre existirão empresas com preços mais baixos que os seus. Por isso, encontrar uma nova maneira para se destacar é essencial. Deve-se buscar alternativas viáveis para que o cliente perceba o valor do seu negócio na qualificação de fornecedores.  Assim, não haverá necessidade de recorrer à concorrência.

Nesse contexto, se desenvolver é uma maneira de alinhar os objetivos entre esses elos. Com as necessidades dos clientes devidamente pontuadas, é possível redefinir os procedimentos internos e mitigar riscos. O resultado é um serviço de mais qualidade.

Além disso, vale lembrar que o sucesso de um fornecedor depende do sucesso do varejista na exposição dos produtos. Dessa forma, muitos supermercados já realizam programas de reconhecimento, em que o fornecedor com o melhor desempenho recebe um prêmio ou bonificação pelo resultado. Essas práticas ajudam muito a cultivar as melhores parcerias.

O preço com certeza não é o único critério a ser observado quando se fala em competitividade de mercado. Assumir esse aspecto como única variável importante gera problemas de qualidade e produtividade. Nesse sentido, os fornecedores são peças essenciais na cadeia de consumo, pois se houver qualquer desalinhamento, como atraso na entrega, todos os processos seguintes terão consequências.

Por isso, reforçamos que estreitar a relação entre supermercado e fornecedor é um meio de atender as demandas do consumidor final, elevando o grau de satisfação com a marca. Quando a empresa compreende a expectativa do cliente, saberá exatamente o nível de qualidade do produto que deverá oferecer.

E, quando se trata de um mercado competitivo como o setor de alimentos, sabemos que nenhuma propaganda é tão poderosa quanto uma recomendação de consumidores satisfeitos. Portanto, vale muito a pena investir em um programa de desenvolvimento de fornecedores.

 

6 etapas para o desenvolvimento de fornecedores

Agora que você já compreendeu o que é desenvolvimento de fornecedores e qual a importância desse programa na cadeia de suprimentos, vamos às principais etapas que devem ser seguidas para o sucesso na operação.

 

1. Identifique possíveis melhorias na relação com seus fornecedores

É um fato que, para quem não sabe aonde ir, qualquer caminho serve. Neste cenário, as perguntas que ajudam o fornecedor a definir uma rota são:

  • Quais operações podem ser melhoradas?
  • Quais comportamentos na sua equipe que, se otimizados, vão melhorar resultados e aumentar o índice de satisfação?
  • O varejo pode ser seu aliado nessas questões?

Se a resposta para a última pergunta for sim, você está no caminho certo. Para iniciar uma parceria entre fornecedor e supermercado, para que ambos possam se beneficiar com a gestão da qualidade, é preciso estabelecer um objetivo em comum e determinar as responsabilidades dos elos.

A partir de ferramentas como a Curva ABC e Matriz BCG podem-se alinhar prioridades entre as partes. O fornecedor apresenta sua metodologia de gestão, como é realizado, quanto tempo é necessário investir para registrar e elaborar indicadores para análise, entre outros pontos.

Com o comprometimento das partes, o fornecedor passa a ter benefícios como:

  • Fidelização: o supermercado deseja qualidade elevada para redução de desperdício. Um fornecedor que adere ao programa de desenvolvimento aumenta suas chances de fidelização com a rede, demonstrando comprometimento com a qualidade do produto e confiabilidade da sua marca;
  • Redução de Devoluções: reduzir a quantidade de devoluções é fundamental para aumentar a rentabilidade do negócio. Uma carga reprovada por questões de qualidade resulta em desperdício de produto e de dinheiro com o processo logístico de produção e transporte;
  • Valorização da Marca: do mesmo modo que supermercado se preocupa com a qualidade do produto entregue para o consumidor, o produtor ou distribuidor também deseja que o seu produto esteja bem exposto e com boa aparência na gôndola para reafirmar a imagem da sua marca.
  • Feedback do Consumidor Final: acompanhando o fornecedor, o varejo mantém as parcerias cientes do retorno do seu produto em relação ao consumidor final. Melhorias e estratégias são determinadas a partir das expectativas do consumidor.
  • Gestão de Risco: a identificação de pontos de melhorias tornam-se mais fáceis e ágeis quando se tem um processo de gestão e prevenção de risco, consequentemente o plano de ação é mais eficiente. O mapeamento de potenciais riscos ao produto faz com que possam ser estabelecidas medidas preventivas.

 

2. Estabeleça metas e KPIs de controle

Um desempenho adequado de um programa de desenvolvimento de fornecedores depende diretamente de indicadores claros e metas bem definidas. Definir metas ajuda a empresa a planejar as estratégias mais adequadas e prazos finais pré-determinados. Nessa etapa de identificação, alguns aspectos são importantes para serem considerados.

As metas devem ser avaliadas com base no consumo de recursos, tempo de execução, número de etapas, complexidade das atividades envolvidas, padrões de produtividade e qualidade atuais e requeridos, por isso:

  • Entenda junto ao varejo o padrão de qualidade atual dos seus produtos e o esperado por ele;
  • Dimensione quais melhorias internas serão necessárias para atender a expectativa do varejo;
  • Evidencie os benefícios que acompanham o seu produto e a sua fidelização como fornecedor;
  • Determine quais ações o supermercado precisa executar para agregar valor ao seu produto no ponto de venda;
  • Determine qual o prazo para atingir as metas, negociando este prazo de acordo com a capacidade da empresa;
  • Determine o orçamento. O dimensionamento de recursos necessários para as melhorias é um dos pontos fundamentais para a transparência no relacionamento. A intenção é que tais aspectos identificados sejam trabalhados conforme as possibilidades do fornecedor e varejo, sem causar prejuízos para as partes.

 

3. Adote um plano de ação

Um plano de ação nada mais é que o desenvolvimento de uma estratégia com o objetivo de alcançar as metas traçadas. Na prática, leva-se em consideração o cronograma de trabalho, nível de qualificação que se deseja obter, quais treinamentos serão realizados, as responsabilidades e análise de recursos necessários.

É preciso que fique claro que nenhuma mudança ocorre do dia para a noite. A intenção é que o plano de ação estabeleça mudanças de forma gradual. As ações internas do fornecedor são definidas a partir do mapeamento de diferenciais, pontos para desenvolvimento, oportunidades e riscos, assim denominados:

  • Diferenciais: são as vantagens competitivas da empresa, como infraestrutura, tecnologia utilizada, segurança dos processos e experiência da equipe. Os diferenciais são importantes por impedirem que ocorram riscos, como atraso na entrega;
  • Pontos a desenvolver: devem ser listados os atuais pontos de melhoria com o objetivo de desenvolvê-los. Deve-se considerar o contexto econômico e dificuldades no treinamento de novos funcionários, por exemplo. Esses aspectos são a principal causa de elevação dos custos e por isso é de extrema importância identificá-los;
  • Oportunidades: considera-se a capacidade da empresa em melhorar processos internos ou produtos, fazendo com que o trabalho de desenvolvimento de fornecedores tenha um impacto positivo. É estabelecida uma parceria com o supermercado para promover as mudanças necessárias e melhorar a produtividade.
  • Riscos: os riscos tendem a se relacionar com elementos que podem ameaçar a eficiência do projeto, como investimentos além da capacidade econômica da empresa. Estruturar um programa de prevenção de riscos é a maneira de assegurar que as ações de desenvolvimento de fornecedores sejam assertivas. 

 

4. Acompanhe o seu produto

Quando o processo de desenvolvimento de fornecedores é realizado de maneira eficiente, o resultado é o aumento da vantagem competitiva tanto para o fornecedor quanto para o varejo. Aqui, uma boa gestão do relacionamento é indispensável. 

Como falamos, a qualidade do seu produto é fundamental para garantir as vendas, mas não adianta todo esse planejamento se a exposição das mercadorias não estiver adequada. Uma boa exposição, limpa e estratégica, pode fazer com que o cliente leve mais produtos do que pretendia.

A avaliação do ponto de venda é essencial para garantir que o supermercado simplifique a busca por seus produtos, facilitando o acesso e deixando os preços visíveis. Nesta etapa, um checklist deve ser o seu guia de trabalho, coletando informações relacionadas à qualidade do produto.

Com o uso do aplicativo CLICQ, pautado em checklist para o controle de qualidade, é possível realizar a avaliação no ponto de venda.

 

5. Avalie constantemente o processo

Receber feedback dos clientes ajuda a identificar a que grupo eles pertencem e quais são suas preferências. Com a coleta de dados, o produto é cada vez mais direcionado para oferecer o que o mercado precisa, de forma a sair na frente da concorrência.

Isso faz parte da avaliação dos processos para promover melhorias contínuas. Nesse sentido, feedbacks negativos devem ser utilizados de forma construtiva para extrair as principais lições e determinar quais pontos devem ser trabalhados e melhorados.

Também não podemos esquecer dos feedbacks positivos. Além do incentivo moral à equipe, eles servem para enfatizar o que está dando certo, de modo a replicar padrões de sucesso.

O retorno dos consumidores também pode ser aproveitado como marketing positivo para o fornecedor. Bons relatos são a publicidade ideal para a conquista de um novo cliente, pois prova que o seu negócio funciona.

 

6. Faça os ajustes necessários e continue o monitoramento

Uma vez identificados os gargalos da sua operação, é hora de fazer as correções necessárias e continuar seu monitoramento para avaliar os novos resultados. Como vimos, contar com o auxílio da tecnologia facilita esse processo, otimizando o dia a dia das equipes no controle de qualidade e na gestão de desenvolvimento de fornecedores.

Nesse percurso, todos os envolvidos saem ganhando: o time fica mais produtivos, os gestores constroem parcerias mais sólidas, os fornecedores passam a ter a preferência do supermercado e os clientes aumentam o nível de satisfação com a marca.

Saiba mais sobre gestão de fornecedores e veja como firmar parcerias de sucesso para elevar a qualidade dos alimentos.