Relacionamento com fornecedores: os impactos na qualidade de alimentos
Gerenciar o relacionamento com fornecedores é uma prática contínua, estratégica e depende de um conjunto de fatores. Qualquer falha no desempenho de quem produz e oferece a matéria-prima pode impactar toda a produção.
Pior ainda: pode prejudicar o consumidor final e a credibilidade da sua empresa.
Para evitar que isso aconteça, nosso time de especialistas, aqui da PariPassu, abordou neste artigo a importância de fazer o monitoramento dos fornecedores e de seu desempenho ao longo do contrato.
Continue a leitura! A seguir você vai entender por que essa é uma iniciativa diretamente ligada ao controle de qualidade do seu produto.
Relacionamento com fornecedores e padrão de qualidade dos alimentos
A confiança é a base de sustentação entre qualquer indústria alimentícia e sua rede de fornecedores. Por isso, a conexão entre ambos deve ser de comprometimento e parceria.
Os padrões de qualidade, incluindo normas e leis, têm que ser seguidos criteriosamente. Esse é um ponto que garante não só a excelência do produto final como também a eficiência operacional de todos os envolvidos na cadeia de suprimentos.
E não basta validar esses requisitos apenas durante a qualificação de fornecedores. A indústria deve manter a supervisão assiduamente.
Podemos citar o caso da Natural One, empresa brasileira produtora de sucos naturais sem conservantes. Referência no Brasil e internacionalmente, o foco na qualidade dos fornecedores foi um dos pilares do projeto que aprimorou toda sua cadeia produtiva a partir de 2015.
Isso porque, para extrair o suco das melhores frutas, a Natural One precisou buscar produtores com rigorosos padrões internacionais de qualidade, avaliando o controle deles sobre a aplicação de defensivos agrícolas e manejo biológico, por exemplo.
Vale conferir esse case de sucesso da Natural One em Gestão da Qualidade, que contou com a tecnologia para alavancar os resultados da indústria:
O acompanhamento é constante, com verificação diária dos manejos e acordos preestabelecidos. Isto é: assegurar a gestão da qualidade dos alimentos e bebidas depende da visão completa sobre cada fase da fabricação, especialmente na produção dos insumos.
Monitorar a rede de fornecimento é uma estratégia competitiva
Podemos, sim, afirmar que gerenciar o relacionamento com fornecedores é uma condição estratégica para o negócio. Para além da questão da qualidade, existem alguns ganhos que contribuem para isso, como:
- seguridade jurídica e fiscal;
- cumprimento dos contratos;
- atendimento das diretrizesde Boas Práticas de Fabricação (BPF) e de compliance;
- redução de desperdícios e perdas, e consequente economia de recursos financeiros;
- eficiência das operações.
Unindo todos esses pontos, o principal benefício é o desenvolvimento em conjunto de toda cadeia operacional.
Quando todos compartilham responsabilidades e esforços, torna-se mais fácil alcançar a excelência! Ou seja, tratar essa relação como uma parceria é vantajoso para todas as partes.
Como medir o desempenho dos fornecedores?
Além de cultivar a proximidade e de manter esse elo de forma saudável, é imprescindível estabelecer indicadores para avaliar periodicamente a aptidão dos processos.
Os registros sobre cada lote também são fundamentais. Uma das exigências da Vigilância Sanitária, segundo a RDC 52/2014, é armazenar esses dados por, pelo menos, 30 dias.
Aqui vão alguns exemplos do que deve ser observado nas rotinas de gestão de qualidade:
- índices de atendimento do contrato;
- índices de não conformidades;
- satisfação de clientes;
- pontualidade;
- certificação;
- atendimento a requisitos internos estabelecidos pela própria empresa.
Para ter um controle eficiente e alcançar resultados junto à rede de fornecimento, é necessário estabelecer uma referência e fazer comparativos com foco em melhorar, sempre!
Defina parâmetros para gerenciar a qualidade
Antes de qualquer coisa, entenda o que significa o ideal de qualidade do seu produto. A partir disso, você pode desmembrar as características e medições importantes para representar cada aspecto aferido.
Uma fórmula que pode ser seguida é a do Índice de Qualificação do Fornecedor, ou IQF. Vamos à prática para que fique mais claro:
INC |
IEC |
IP |
O Índice de Não Conformidade corresponde à quantidade de inadequações identificadas pelas inspeções durante o processo de utilização do produto comparada ao número de entregas do fornecedor no período definido. |
O Índice de Entregas Não Conformes representa a quantidade de inconformidades do insumo no ato da entrega, também em comparação ao total de entregas realizadas pelo fornecedor em determinado período. |
O Índice de Pontualidade compara a data de compra com a data de entrada da nota fiscal do produto, mais uma vez em comparação com o total de entregas do fornecedor. |
Essas são apenas sugestões. Você pode designar os índices que forem mais pertinentes à sua operação, bem como definir a prioridade de cada um com pesos diferentes (indicados na fórmula pela cor azul).
O importante é que a soma de todos os pesos seja 1, como na fórmula exemplo:
0,8 + 0,1 + 0,1=1
Exemplo de cálculo de qualidade
Partindo da suposição de que faremos uma análise semanal das entregas de um produto, e que o fornecedor fez 20 entregas, vamos às contas!
Agora, chegamos a um ponto fundamental! Para que seja conclusivo, você deve fixar uma escala para atrelar resultados a ações, equivalente ao ideal de qualidade que comentamos na abertura deste tópico.
Para ilustrar, propomos abaixo um modelo. Você pode estipular duas, três ou quatro faixas de percentual e relacionar a cada uma o que deve ser feito. Isso é indispensável para que feedbacks imediatos sejam repassados ao fornecedor.
Desenvolvimento de fornecedores: como fortalecer a parceria
Até aqui, conseguimos visualizar o quanto a construção de uma relação fundamentada em parceria tem a colaborar com a qualidade dos alimentos nas etapas que antecedem o consumo.
Basear-se em cooperação tende a mostrar aos envolvidos um potencial de aperfeiçoamento inigualável dos processos.
Porém, para obter sucesso nessa missão, é preciso contar com evidências. Realizar os devidos registros e a rapidez no processamento das informações devem vir antes de qualquer fórmula ou régua de desempenho.
Como essa etapa é executada pela sua operação? A sua indústria tem visibilidade sobre a situação real de cada entrega dos provedores externos? Como os registros são feitos?
Precisamos, então, falar sobre outro assunto: com um grande volume de exigências e de dados, a tecnologia é um instrumento que precisa ser incorporado aos procedimentos de verificação. Nós podemos te ajudar nisso, agende uma conversa com nossos especialistas e saiba como. Clique aqui que entraremos em contato com você!
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