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Como utilizar o Plano de Manejo Orgânico a seu favor - PariPassu

Escrito por Camila Barros | 27/08/19 13:00
Quem atua no setor de orgânicos sabe que o principal instrumento a ser considerado, de acordo com a regulamentação, é o Plano de Manejo Orgânico (PMO). 
 

O Plano faz diferença não apenas para quem está iniciando, mas também para quem já atua nesse segmento: é ideal para orientar e registrar como serão executadas todas as práticas de manejo da propriedade. 

Mas se você ainda tem alguma dúvida sobre como funciona a construção do Plano ou não faz ideia de como utilizá-lo para implementar melhorias, continue lendo esse post e entenda como utilizar o Plano de Manejo Orgânico a seu favor!

 

Determinação de objetivos 

Para quem não sabe aonde quer ir, qualquer caminho serve, por isso os objetivos da sua empresa devem funcionar como um orientador de suas ações. Se você não mapear e acompanhar metas, não saberá se está no caminho certo ou quais mudanças  precisam ser tomadas para alcançar seus objetivos.

Como anteriormente citado, o Plano de Manejo Orgânico é o primeiro passo para quem deseja iniciar na agricultura orgânica ou converter sua produção. Quem já atua neste segmento, por sua vez, deve mantê-lo atualizado de acordo com as práticas executadas na propriedade, atendendo  às legislações e utilizando-o para nortear o controle de custos da produção.

É necessário organizar tempo e recursos financeiros para investir: no Plano de Manejo você visualiza a sua produção como um todo e a partir disso percebe onde existem possibilidades de melhorias.

 

O que o plano de manejo deve contemplar?

O PMO é o retrato da propriedade e, com o seu uso, é possível saber exatamente como manejar a produção e como manipular os ingredientes de forma adequada para o caso de processamentos.

Para o escopo de Produção Vegetal, o Plano deve compreender:

  • Histórico de utilização da área: se houve período de conversão e por quanto tempo; para qual finalidade era utilizada essa área anteriormente e, como é utilizada atualmente.
  • Histórico de produtos: o que é produzido? Existe alguma parcela de alimentos produzidos pela agricultura convencional? Inclua hortaliças, plantas medicinais, frutas, grãos, entre outras culturas.
  • Registro de operações: frequência e como são realizados os registros de manejos para cada cultura: como é o preparo de solo, plantio, colheita e outros.
  • Insumos: liste todos os insumos necessários e liberados para utilizar na sua produção.
  • Controle de pragas: mapeie as principais pragas que podem afetar a sua produção e qual a metodologia adequada para sua prevenção.
  • Rastreabilidade: como é realizada a gestão dos seus produtos? É necessário ter o controle completo do que é produzido e vendido.
 

Já para o escopo de Processamento, o Plano de Manejo Orgânico deve apresentar:

  • Histórico de produtos: quais são os produtos processados? Tenha a listagem completa de produtos finais, ingredientes utilizados e quantidades.
  • Lista de Fornecedores: garantir através de DTC ou Nota fiscal, que a origem da matéria-prima é orgânica;
  • Controle de qualidade: como é realizado o controle de qualidade dos alimentos? Existe alguma metodologia para garantir a segurança dos produtos? Inclua todos os seus procedimentos de inspeções visuais e análises laboratoriais para cada produto.
  • Etapas de processamento: fluxograma de todas as etapas de processamento;
  • Higienização dos equipamentos e instalações: determine quais produtos são utilizados para a limpeza dos seus equipamentos e instalações. Não deixe de acrescentar o princípio ativo descrito no rótulo e quando é utilizado.
  • Controle de pragas: quais os produtos ou processos utilizados para o controle de pragas nas instalações? Inclua a composição dos produtos, o local de aplicação e a frequência necessária.
  • Controle de estoque: qual ferramenta você utiliza para realizar o controle de entrada de matéria-prima e saída de produto final? Inclua cronogramas, cadernos, sistemas, declarações de transações comerciais e notas fiscais.
 

Passo a Passo para a Elaboração do Plano de Manejo Orgânico

 

Fase 1: Diagnóstico

Para a estruturação do Plano de Manejo é fundamental analisar as especificações de cada propriedade e contar com profissionais capacitados para entender se alguma atividade precisa ser ajustada de acordo com a regulamentação. 

Se você está passando pelo período de transição da agricultura convencional para orgânica, este é o momento para propor adequações. 

Vale destacar a importância desta fase, já que quanto maior o conhecimento prévio da propriedade, melhores e mais assertivas serão as ações de uso sustentável dos recursos existentes.

O Plano de Manejo Orgânico pode ser elaborado pelo próprio agricultor e sua equipe, ou através da contratação dos serviços de profissionais capacitados. 

 

Fase 2: Planejamento

Com base nas informações levantadas, será elaborado um plano para orientar as atividades realizadas na propriedade. Por isso, envolva todos os colaboradores para que a empresa esteja alinhada como um todo!

A interpretação do diagnóstico é essencial: determina-se quais atividades devem ser realizadas de forma diferente e, em consequência disso, mapeiam-se objetivos. 

No Plano são determinadas responsabilidades, previsão de recursos necessários, técnica e treinamento de colaboradores, práticas para manter e/ou incrementar a biodiversidade, entre outros. Isso tudo de acordo com as instruções normativas vigentes para produtos orgânicos!

 

Fase 3: Documento Técnico

A construção do documento técnico de Plano de Manejo Orgânico em si mantém registrado tudo que foi diagnosticado e planejado nas etapas anteriores. 

Para quem nunca desenvolveu um Plano, começar pode ser um desafio. Por isso, disponibilizamos PMO gratuitos nos escopos: Produção Vegetal e Processamento para adiantar esta etapa. 

Mãos à obra: com o Plano estruturado você já pode organizar um cronograma de implementação, distribuído pelos colaboradores envolvidos e trazendo priorização das ações. 

 

Fase 4: Atualização

Para quem deseja manter uma posição de destaque no mercado, a busca constante por conhecimento é fundamental. A cada minuto novas descobertas acontecem, permitindo criar uma nova visão das atividades realizadas.

Com o uso do PMO você determina os pontos fortes e pontos de melhoria da sua empresa e, baseado nesses dados, qual o melhor caminho a ser seguido:

Pontos Fortes: o que faz a sua empresa se destacar? Inclua aspectos como a qualidade do produto, conhecimentos de quais são os produtos mais rentáveis, registro de informações de forma eficiente e ações que visam a satisfação dos funcionários.

Pontos de Melhoria: identifique quais pontos podem ser trabalhados para render melhores resultados. Analise se existe um procedimento de capacitação de funcionários atualizado anualmente, participe de ações que estimulem o consumo de produtos orgânicos na sua comunidade, entre outros.

Plano de Ação: estabelecer um plano de ação é fundamental para trabalhar os pontos de melhoria. Determine o que precisa ser feito, quando, onde e o prazo para execução. Usar o PMO desta forma significa economizar tempo e recursos!

Em resumo, o Plano de Manejo Orgânico é um processo cíclico e precisa ser anualmente atualizado, sendo dividido em estruturação, implementação, monitoramento de resultados, identificação de pontos forte e pontos de melhoria, determinação do plano de ação e realização de ajustes necessários.

 
 

Através do Plano você compreende quais são os pontos que trazem mais resultados e o que precisa ser melhorado para que todo o empreendimento funcione de forma eficiente e traga resultados reais.

Como você pôde notar, a construção do Plano de Manejo não é apenas registrar um documento técnico, significa elaborar e compreender o conjunto de ações necessárias para a gestão e uso sustentável dos recursos disponíveis para determinada empresa. 

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