Não há como atuar no setor de alimentos – como é o caso de indústrias, distribuidores, restaurantes e varejistas – sem instruir os colaboradores, através de treinamento de funcionários, sobre segurança do alimento e higiene, tanto sob o aspecto pessoal quanto em relação ao processo de manipulação realizado.
Cumprir a agenda de treinamentos é um desafio para a equipe de qualidade, que tem como prioridade sempre a produção. Em repetidas vezes faltam tempo e recursos necessários para que os treinamentos ocorram de maneira organizada e sejam efetivos.
Se o treinamento de funcionários é um desafio para a sua empresa, preste muita atenção nas dicas deste post e entenda o que a capacitação deve abordar, sua periodicidade e metodologia necessária.
A RDC 216/2004 define procedimentos de Boas Práticas para Serviços de Alimentação com o objetivo de garantir a segurança do alimento de acordo com as condições de higiene.
Serviços de alimentação são empresas que realizam a manipulação, transporte, exposição à venda e entrega de alimentos ao consumo. Ou seja, distribuidores, indústrias, restaurantes, panificadoras e varejos se enquadram nesse escopo.
Você já deve ter acompanhado situações em que os colaboradores não estavam com o uniforme completamente limpo ou não utilizavam touca, certo? A questão é que isso impacta diretamente na segurança do seu produto!
Imagine se o seu colaborador realiza o preparo do alimento sem touca, por exemplo. De acordo com a Food Safety Brazil, se um fio de cabelo cai sobre o produto, além da inconveniência e mal estar que pode causar no consumidor, é possível ocasionar uma contaminação microbiológica e colocar em risco a saúde do seu cliente.
Considera-se gasto aquilo que não traz um retorno para o estabelecimento, o que não é o caso do processo de capacitação dos colaboradores. O retorno desse investimento virá na maior produtividade, redução de perdas, redução de retrabalho e, maior satisfação dos clientes.
Quando você contrata um novo funcionário, por exemplo, este não faz ideia de como funciona a rotina dentro da empresa. Se um treinamento específico não for realizado, provavelmente a manipulação dos alimentos será feita de forma incorreta, causando retrabalho ou até descarte do produto se houver algum tipo de contaminação.
Porém, se ele passar por um treinamento prévio a respeito de suas atividades, o cenário muda. São minimizadas as chances do colaborador realizar atividades de forma incorreta e a produtividade é mantida.
Esses retornos devem ser pontuados com todos da empresa para reforçarmos a necessidade do treinamento de Boas Práticas e capacitação dos colaboradores.
E não se esqueça: para que o colaborador fique atento às orientações passadas no treinamento, é necessário que ele compreenda as razões pelas quais os métodos de manipulação são importantes para garantir a segurança do alimento. Por isso, uma ementa de treinamento completa é fundamental.
Outros temas de extrema importância, que não são exigidos pela legislação, mas que agregam muito se abordados são:
Lembre-se: Para a definição da ementa de treinamento, é importante que você tenha uma visão crítica a respeito dos pontos de melhoria necessários e à partir destes determine quais temas devem ser abordados.
A Alchemy Systems, em parceria com Campden, BRI, Instituto SQF, BRC, SGS e TSI, realizou uma pesquisa com 25.000 indústrias de alimentos e bebidas em todo o mundo e constatou que 75% dos entrevistados reconhecem que os funcionários podem ser mais produtivos se o programa de segurança de alimentos for consistentemente aplicado.
Além disso, de acordo com a pesquisa “influência do treinamento em BPF sobre os hábitos higiênico-sanitários dos funcionários de indústria alimentícias”, antes da realização dos treinamentos 25% dos funcionários higienizavam as mãos de forma correta, enquanto que após o mesmo aumentou para 55%. Em relação ao uso de touca, 92% utilizavam da maneira correta e após o treinamento passou para 99%. Quanto à lavagem de botas, 88% faziam de forma correta e passou para 99%.
Cada estabelecimento possui atividades e rotinas diferentes, por isso buscar modelos de treinamentos prontos não é a melhor solução.
Imagine se um varejo adotar o mesmo modelo de treinamento que um distribuidor, por exemplo; o mesmo deixará de lado atividades de extrema importância para o setor, como a exposição dos produtos e procedimentos de panificação e açougue.
Se a sua ideia é contratar um consultor para dar o treinamento, é necessário que o mesmo faça uma visita prévia para conhecer todas as operações realizadas e ambiente de trabalho.
É fundamental estabelecer indicadores para acompanhar a evolução da organização conforme os treinamentos forem executados. Dessa maneira, você entenderá se a capacitação está sendo efetiva ou se ajustes precisam ser realizados.
Um exemplo de indicador é verificar quantos colaboradores estavam utilizando os equipamentos de proteção individual (EPI’s) antes e após o treinamento.
Além disso, é preciso que a linguagem seja adequada para os seus colaboradores conforme o grau de instrução dos mesmos. Utilizar figuras, vídeos e notícias é uma ótima maneira para explicar o tema com uma linguagem simples.
Realizar dinâmicas durante os treinamentos também ajudam na fixação dos temas. Algumas dinâmicas já são bem conhecidas, como usar a tinta guache para a lavagem das mãos e glitter para exemplificar o crescimento e contaminação microbiana.
Alguns serviços de alimentos optam por quiz sobre o conteúdo explicado valendo prêmios para quem acertar cada pergunta. Esta é uma maneira não só de ajudar na absorção do tema, mas também de deixar o programa menos teórico.
A Genesis possui uma equipe capacitada para a realização de treinamentos conforme a realidade do seu estabelecimento. Entre em contato e fale com um de nossos especialistas para saber maiores informações.
E não esqueça: de acordo com as legislações, a capacitação deve ser realizada com periodicidade, mantendo-se os registros de participação de cada funcionário!
Ter uma maneira de registrar e documentar os treinamentos é essencial para estimular sua continuidade, mas realizar a gestão desses arquivos pode ser um desafio.
Tendo em mente que a gestão física de documentos é uma problemática para a padronização do processo, ao utilizar soluções tecnológicas, você consegue acessar o histórico de treinamento de cada funcionário de forma rápida sempre que necessário.
Além disso, é possível determinar indicadores de desempenho para os colaboradores, baseado no treinamento ministrado, com o objetivo de acompanhar a evolução dos mesmos.
A PariPassu atua com soluções de tecnologia que podem apoiar na automação desses processos. Uma delas é o CLICQ, ferramenta que automatiza a gestão de processos de qualidade. Com ele você tem acesso ao histórico dos registros desses documentos e pode analisar todos os indicadores em gráficos gerados em tempo real pela ferramenta. Confira no vídeo abaixo o que o CLICQ pode fazer por você e pelo seu negócio:
Se depois de se aprofundar sobre a capacitação de colaboradores você ficou em dúvida se o seu treinamento de funcionários é eficaz, fique atento!
Você continua tendo um número relevante de perdas? O retrabalho de atividades é frequente? Se a resposta para estas perguntas for sim, provavelmente você precisa incorporar mais temas ou melhorar a forma como o treinamento é ministrado hoje.
Como você pôde notar, o treinamento de funcionários é determinado por lei e deve ser realizado na admissão do colaborador e em reciclagens anuais.
Mas, cumprir a agenda de treinamentos vai além de se manter de acordo com a legislação, envolvendo também otimização dos processos realizados e diminuição de perdas.
A palavra-chave para que a capacitação seja eficaz é conscientização. Os colaboradores precisam entender a fundo quais riscos de contaminação existem se os alimentos forem manipulados de forma incorreta e o que isso pode implicar na sua própria saúde.
Dessa forma, os colaboradores são motivados para desenvolver melhor as suas competências e habilidades e gera um senso do coletivo. Cada manipulador passa a ter consciência da sua importância no processo e que um precisa do outro para que a operação ocorra, do início ao fim, com o objetivo de fornecer um alimento seguro e com qualidade.
Saiba mais: Como implantar um sistema de gestão da qualidade.