As orientações sobre segurança do trabalho na indústria permitem que os funcionários exerçam suas responsabilidades com o mínimo de risco.
Devido à natureza dos processos produtivos há diversos riscos na indústria alimentícia. Eles podem estar relacionados ao uso de equipamentos como o uso de cortadoras e moedores, contato com substâncias químicas, lesão por transporte de cargas pesadas e até quedas em pisos escorregadios.
Esses riscos impactam a rotina dos profissionais e exigem a implementação de uma gestão focada em cuidados preventivos. Aqui, o primeiro passo é definir e divulgar orientações claras sobre a segurança do trabalho na indústria.
Neste guia, esclarecemos as principais dúvidas sobre segurança do trabalho. Também listamos algumas orientações para promover um ambiente seguro na indústria. Continue a leitura!
A segurança do trabalho na indústria refere-se ao conjunto de ações e estratégias aplicadas no ambiente industrial para reduzir acidentes e minimizar o risco de doenças ocupacionais. Para tanto, é preciso identificar os possíveis riscos para determinar as ações preventivas.
Ao garantir um ambiente de trabalho seguro, as empresas protegem a saúde e a integridade física dos seus colaboradores. Desse modo, é possível contar com benefícios como o aumento da produtividade, a motivação da equipe, além de cumprir com exigências legais.
Para garantir a segurança do trabalho, o Ministério do Trabalho e Emprego instituiu as Normas Regulamentadoras (NRs), que determinam as regras e procedimentos a serem seguidos.
Tratam-se de condutas obrigatórias para todas as empresas, independentemente do seu porte ou setor de atuação. A seguir, conheça algumas das principais NRs, com foco na indústria alimentícia.
As Normas Regulamentadoras (NR) são disposições complementares ao Capítulo V (Da Segurança e da Medicina do Trabalho) do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Consistem em obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por empregadores e trabalhadores com o objetivo de garantir trabalho seguro e sadio, prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho.
A CIPA é a sigla para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio, um órgão composto por representantes da empresa e dos trabalhadores, que desenvolve ações para prevenir acidentes e doenças ocupacionais.
Ela é responsável por identificar os riscos do trabalho, propor medidas de controle e acompanhar a sua implementação.
A NR-6 estabelece as diretrizes para o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como capacetes, óculos de segurança, luvas, entre outros. A empresa é obrigada a fornecer os EPIs adequados aos riscos de cada atividade, e o trabalhador deve utilizá-los corretamente. No caso da indústria alimentícia, os EPIs ajudam a evitar acidentes como contaminação e cortes.
A NR12 aborda a análise de riscos, a proteção dos trabalhadores e a manutenção dos equipamentos, bem como as condições de segurança para trabalho nas máquinas.
Assim, as máquinas devem ter barreiras físicas que impeçam o acesso a partes perigosas, como lâminas e prensas, e sistemas de travamento que desliguem a máquina quando uma barreira é violada, por exemplo.
A NR-15 estabelece os critérios de insalubridade e as medidas de proteção a serem adotadas na indústria alimentícia.
Além do contato com substâncias tóxicas, a insalubridade se relaciona ao trabalho em ambientes de baixa temperatura como câmaras frigoríficas, ruído excessivo de máquinas de processamento ou áreas de calor intenso com uso de fornos, por exemplo.
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Ao adotar as medidas de segurança estabelecidas, as indústrias demonstram seu compromisso com o bem-estar de seus funcionários e com a qualidade de seus produtos. Veja algumas das principais vantagens de estabelecer políticas de segurança na indústria.
Os dados do Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho indicam 612,9 mil notificações de acidentes de trabalho no ano de 2022. Desse total, 2,5 mil representam acidentes com óbito. As indústrias que se preocupam em minimizar esses números podem se beneficiar com a redução de custos.
Isso acontece porque os acidentes no local de trabalho acarretam despesas como indenizações, pagamento de hospitalizações ou tratamentos do colaborador acidentado. Ou seja, além de garantir a segurança da equipe, é possível poupar recursos financeiros.
A frequência de acidentes e doenças ocupacionais podem ser levadas ao público e gerar um impacto negativo. Sendo assim, investir em segurança do trabalho na indústria gera o aumento da credibilidade no mercado.
Demonstrar preocupação com a segurança dos trabalhadores é uma forma de exercer a responsabilidade social e construir uma imagem positiva. Outra vantagem é que, ao longo prazo, quanto maior a segurança dos colaboradores, mais fácil é a contratação e a retenção de talentos.
A legislação brasileira oferece diretrizes específicas para a implementação de medidas de segurança industrial, como as Normas Regulamentadoras (NRs), que já citamos anteriormente.
O processo de implementação da segurança do trabalho no ambiente industrial exige um preparo por meio de documentações, relatórios, reuniões e profissionais capacitados para definir as políticas adequadas.
Confira ações importantes para aplicar nas indústrias e garantir a segurança do trabalho:
Uma das primeiras medidas é realizar uma análise de riscos no ambiente de trabalho. Neste caso, é possível contar com o apoio de ferramentas, como o checklist digital.
É preciso identificar e avaliar todas as atividades industriais que possam gerar riscos à saúde e segurança dos colaboradores, como exposição a substâncias químicas e equipamentos perigosos.
Essa análise ajuda a identificar problemas na higienização dos ambientes, falhas no sistema de congelamento, uso inadequado de equipamentos e diversas outras situações que precisam ser monitoradas e resolvidas.
A indústria deve investir em treinamentos constantes sobre segurança no trabalho, preparando seus colaboradores para lidar com riscos específicos do setor. No setor alimentício, alguns exemplos são orientações sobre manuseio dos produtos, controle de máquinas e descarte de resíduos alimentares.
Os treinamentos podem ser aplicados dentro do horário de trabalho, seja presencial ou em plataformas online. É importante que haja capacitações regulares, mas elas podem ser aplicadas sempre que identificar uma necessidade na equipe.
Veja algumas sugestões de temas para treinamentos voltados à segurança do trabalho:
Para garantir que as medidas estão sendo aplicadas é preciso realizar inspeções periódicas que identifiquem novas condições de risco e verifiquem a eficácia das medidas de controle.
Além disso, é importante investigar todos os acidentes e incidentes, identificando as causas e implementando medidas corretivas.
Além das normas regulamentadoras para segurança do trabalho, a indústria alimentícia deve seguir as boas práticas de fabricação (BPF) e os princípios do Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), que visam garantir a segurança dos alimentos.
As BPF são diretrizes que estabelecem os requisitos mínimos para a produção de alimentos seguros e de alta qualidade. Seu uso em indústrias alimentícias permite um ambiente com menos propensão a contaminantes.
Já o sistema de APPCC é um método de gerenciamento de segurança que identifica, avalia e controla os perigos significativos ao longo do processo de produção de alimentos. Ele pode ser aplicado tanto em produtos processados quanto em alimentos prontos para consumo.
Agora que já conhece as principais medidas de segurança do trabalho, saiba mais sobre o crescimento da indústria de alimentos: tendências, desafios e números.
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