Guia da segurança do trabalho em supermercados + checklist
A segurança do trabalho em supermercados deve pautar os riscos físicos e ergonômicos que os funcionários estão expostos. Afinal, garantir um expediente seguro é papel de qualquer empresa e não é diferente com o setor varejista.
Para isso, é preciso desenvolver um planejamento assertivo e que envolva os principais aspectos de segurança do trabalho em supermercados. A seguir, saiba mais sobre as normas, riscos e como atuar para evitar acidentes. Ao final, acesse a um checklist exclusivo para colocar tudo em prática!
Segurança do trabalho em supermercados: principais normas
Todos os funcionários em regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) estão amparados pelas Normas Regulamentadoras (NR) que visam a segurança, a saúde e a integridade. Ao todo, existem 38 NRs com requisitos a serem implementados pelas empresas.
Quando se trata da segurança do trabalho em supermercados, podemos destacar algumas:
- NR 1 - Disposições Gerais: estabelece as disposições gerais das normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho;
- NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA): regulamenta a criação e funcionamento da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (CIPA), responsável por discutir questões de segurança e saúde no trabalho;
- NR 12 - Máquinas e Equipamentos: estabelece requisitos mínimos para garantir a segurança dos trabalhadores que operam máquinas e equipamentos.
- NR 17 - Ergonomia: define parâmetros que visam garantir um ambiente de trabalho confortável e seguro, considerando aspectos ergonômicos.
- NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: regulamenta as condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho, garantindo a saúde e bem-estar dos trabalhadores.
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Principais riscos em supermercados
Como vimos, os riscos em supermercados podem estar relacionados à ergonomia, como levantamento de peso ou postura inadequada. Já os perigos físicos, podem envolver a exposição ao frio ou excesso de calor no ambiente.
Nesse sentido, cada funcionário precisa estar equipado com proteção individual, quando necessário. No caso de atuação com movimentos repetitivos, é importante colocar em prática os requisitos da norma NR 17 que trata especificamente sobre esse cenário.
A seguir, veja alguns exemplos de riscos da segurança do trabalho em supermercados:
Setor de carnes e açougue
Por ser um ambiente com manuseio de máquinas e materiais de corte, é um dos mais propensos a acidentes em supermercados. Se não houver procedimentos de segurança adequados, os colaboradores estão sujeitos a cortes e perfurações.
No caso de açougue com câmeras frias, a proteção térmica não deve ser ignorada. Existem medidas e sistemas de proteção específicos para evitar danos à saúde. Também é importante que o supermercado garanta o treinamento adequado aos funcionários.
Além disso, pensando no aspecto ergonômico, posições inadequadas durante o corte de carnes e manipulação de produtos podem levar a lesões musculoesqueléticas. Exemplos são as dores nas costas e lesões por esforço repetitivo (LER).
Setor de padarias e confeitarias
Neste caso, os funcionários que operam fornos, fogões e outros equipamentos quentes estão sujeitos a incidentes, sendo um dos principais as queimaduras. Isso, é claro, se não utilizarem os equipamentos corretamente ou não seguirem os procedimentos de segurança.
É importante que as máquinas sejam bem instaladas e contem com sinalização para áreas de risco. Alguns dos equipamentos usados para proteção são aventais, toucas descartáveis, botas e luvas de borracha, sapato antiderrapante e luvas térmicas.
Trabalho de estoquistas
Levantar e transportar caixas pesadas ou objetos volumosos sem aplicar técnicas de levantamento seguro pode resultar em lesões nas costas, ombros e outras partes do corpo. Ou seja, o estoquista precisa saber como fazer o trabalho para evitar riscos.
Algumas medidas para proteger a saúde são:
- Utilizar carrinhos do supermercado para transportar os produtos até as prateleiras;
- Sempre levantar as caixas mantendo-as próxima ao corpo;
- Usar equipamentos como luvas térmicas para alimentos congelados;
- Organizar as prateleiras para deixar os itens mais pesados em locais de fácil alcance.
Por outro lado, o ambiente de armazenamento também precisa de um olhar cuidadoso. Isso porque pisos sujos, molhados ou obstruídos aumentam o risco de quedas e escorregões dos estoquistas.
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Todo supermercado é obrigado a ter um técnico em segurança do trabalho?
A obrigatoriedade de contar com um técnico em segurança do trabalho está relacionada ao grau de risco das atividades desenvolvidas pela empresa e ao número de funcionários. Atualmente, a legislação exige que haja um departamento interno para empresas com mais de 400 funcionários.
Como funciona a CIPA?
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é um órgão obrigatório em todas as empresas que possuem empregados regidos pela CLT e visa promover a segurança e saúde dos trabalhadores.
A CIPA é composta por representantes dos empregadores e dos empregados, eleitos pelos próprios funcionários da empresa. Sua atuação envolve reuniões periódicas, inspeções, análises de acidentes, treinamentos e elaboração de relatórios.
Para garantir a segurança dos trabalhadores, algumas medidas são parte da rotina e podem ser aplicadas imediatamente. Confira o checklist para conferência dos principais pontos de atenção no supermercado:
Checklist de segurança de trabalho
Áreas gerais
- Pisos: verificar a limpeza, se, secos e sem obstruções que possam causar quedas ou escorregões.
- Sinalização: certificar-se de que todas as placas de sinalização de segurança, saídas de emergência e rotas de fuga estão visíveis e em boas condições.
- Iluminação: garantir que todas as áreas de trabalho tenham iluminação adequada para evitar acidentes.
- Ventilação: checar se os sistemas de ventilação estão funcionando corretamente para manter a qualidade do ar.
- Extintores de incêndio: certificar-se de que os extintores estão presentes, visíveis, acessíveis e com a carga completa.
- Saídas de emergência: garantir que as saídas de emergência estejam desobstruídas e em boas condições de funcionamento.
Setor de carnes e açougue
- Facas e utensílios: verificar se facas e utensílios de corte estão afiados e em boas condições de uso.
- Equipamentos de proteção: certificar-se de que os funcionários estejam utilizando os equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas de corte e aventais.
- Higiene: garantir que as práticas de higiene e manipulação de alimentos estejam sendo seguidas, incluindo a limpeza regular de superfícies e equipamentos.
Setor de padarias e confeitarias
- Equipamentos elétricos: verificar se os equipamentos elétricos, como fornos e batedeiras, estão em boas condições e com as devidas proteções contra choques elétricos.
- Produtos químicos: certificar-se de que os produtos químicos, como os utilizados na limpeza, estejam armazenados adequadamente e identificados corretamente.
- Treinamento em segurança: garantir que os funcionários tenham recebido treinamento adequado em segurança no manuseio de equipamentos e produtos.
Estoque
- Treinamento: assegurar que os estoquistas estejam utilizando técnicas corretas de levantamento seguro ao movimentar caixas e objetos pesados.
- Armazenamento: verificar se as mercadorias estão armazenadas de forma segura e organizada, evitando quedas e obstruções nos corredores.
- EPIs: certificar-se de que os estoquistas estejam utilizando os equipamentos de proteção necessários, como luvas de segurança e calçados adequados.
Geral
- Comunicação: garantir que os funcionários estejam cientes dos procedimentos de segurança e saibam como agir em caso de emergência.
- Inspeções regulares: realizar inspeções periódicas para identificar potenciais riscos à segurança e saúde no trabalho para tomar medidas corretivas quando necessário.
- Treinamento contínuo: oferecer treinamentos regulares em segurança do trabalho para todos os funcionários, incluindo novos contratados.