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Boas Práticas Agropecuárias na produção do leite

Escrito por Caroline Stein | 08/11/24 09:30

Monitorar a qualidade do leite é de extrema importância por conta do risco de contaminação, que vai desde os processos de manipulação da matéria-prima até a exposição na gôndola. Para manter o padrão higiênico, é preciso dedicar atenção, treinar a mão de obra e garantir infraestrutura adequada.

Para isso, o produtor deve aplicar boas práticas e manejos dentro da porteira, seja para a criação das vacas ou armazenamento do produto. Também é necessário aderir a tecnologias que colaboram com o processo de produção.  Assim, é possível garantir a qualidade do leite e uma boa reputação deste fornecedor no mercado. 

Confira as principais boas práticas agropecuárias do processo de produção do leite. 

 

Boas Práticas Agropecuárias no processo de produção do leite

Os procedimentos estabelecidos para a qualidade do leite garantem produtos lácteos seguros. Ademais, as boas práticas proporcionam aos produtores condições para aumentar e melhorar a produção. 

Confira alguns exemplos de boas práticas para implementar:

 

Manejo sanitário, alimentar e armazenamento de alimentos

  • Realizar o controle de doenças no rebanho mediante vacinação e monitoramento veterinário periódico;
  • Fornecer alimentação balanceada e de alta qualidade, específica para cada fase da produção;
  • Armazenar a ração em local seco e arejado e proteger contra ratos e outras pragas.

 

Qualidade da água

  • Garantir que a água utilizada seja potável;
  • Realizar a lavagem e a desinfecção dos reservatórios, a cada seis meses;
  • Monitorar o teor de cloro da água para garantir que está livre de microrganismos.

 

Refrigeração e estocagem do leite

  • O leite deve ser refrigerado imediatamente após a ordenha;
  • O armazenamento deve ser feito em tanques de aço inoxidável com controle rigoroso da temperatura. 

 

Manejo de ordenha e pós-ordenha

  • Capacitar o trabalhador para a ordenha, seja ela manual ou mecânica;
  • Utilizar equipamentos de ordenha corretamente higienizados e ajustados para evitar lesões no animal.

 

Controle de pragas

  • Manter as áreas de ordenha e armazenamento de alimentos livres de insetos, roedores e outras pragas;
  • Implementar um plano de controle de pragas, utilizando barreiras físicas, armadilhas e métodos seguros de controle químico quando necessário;
  • Realizar monitoramento contínuo e manutenção das instalações para evitar o acesso de pragas.

 

Higiene de superfícies, equipamentos e instalações 

  • Remover sujeiras das superfícies com ajuda de espátulas, escovas ou esponjas;
  • Realizar uma higienização periódica das instalações, incluindo salas de ordenha e áreas de armazenamento.

 

Saúde, higiene e capacitação dos trabalhadores

  • Realizar treinamentos regulares sobre boas práticas de higiene;
  • Usar uniformes adequados com troca diária;
  • Garantir que os trabalhadores realizem a higienização das mãos, especialmente antes da ordenha.

 

Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade (RTIQ)

Os Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade (RTIQ) definem os parâmetros mínimos de identidade e qualidade dos produtos de origem agropecuária e industrial. Ao seguir estes critérios, os produtos comercializados atenderão aos requisitos legais e padrões de qualidade para proteger os consumidores.

Entre as categorias de RTIQ de leite, podemos citar:

  • Leite Pasteurizado: sugere a análise de padrões de temperatura de pasteurização, tempo de aquecimento e os requisitos de composição, como teor de gordura e sólidos não gordurosos.
  • Leite UHT (Ultra High Temperature): estabelece critérios para leite tratado a alta temperatura por um curto período de tempo (UHT), como a temperatura mínima e o tempo de tratamento, bem como as características microbiológicas e de embalagem.
  • Leite em Pó: regula o leite desidratado, especificando as condições de secagem, composição, e requisitos de solubilidade e reintegração em água.

 

Padrões mínimos de qualidade do leite

Segundo determinações da ANVISA e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), as amostras do leite devem ser enviadas para análise em laboratórios credenciados. 

Em seguida, o (MAPA) efetuará o acompanhamento e monitoramento da qualidade do leite em cada propriedade rural, exigindo que as não conformidades detectadas sejam tratadas.

A IN 62 determina que o limite de Contagem Bacteriana Total (CBT) passa a ser de 300.000 UFC/ml para 100.000 UFC/ml e a Contagem de Células Somáticas (CCS) passa de 500.000 CCS/ml para 400.000 CCS/ml.

Desta mesma forma, o leite de boa qualidade é aquele que possui baixa população de bactérias chegando até 100/ml e baixa concentração de células somáticas ou CCS do leite até 400ml. Além da IN 62, outras normativas devem ser seguidas, como:

  • Instrução Normativa (IN) 76/2018 - MAPA: estabelece os padrões de identidade e qualidade do leite cru refrigerado, do leite pasteurizado e do leite tipo A.
  • Instrução Normativa (IN) 77/2018 - MAPA:  estabelece os critérios e procedimentos para a produção, acondicionamento, conservação, transporte, seleção e recepção do leite cru em estabelecimentos registrados no serviço de inspeção oficial.
  • Instrução Normativa (IN) 161/2022: Estabelece os padrões microbiológicos dos alimentos. 

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Checklists digitais: estratégia principal para o controle da qualidade do leite

O uso de checklists digitais permite que o produtor verifique pontos críticos, como higienização de equipamentos e controle de temperatura, de forma sistemática e organizada. Com a automação, é possível registrar cada etapa da produção, garantindo que todas as verificações sejam feitas com consistência e sem falhas.

Além de promover a segurança dos alimentos, o uso de checklists ajuda a evitar perdas por falhas na qualidade e a documentar o histórico das tarefas da operação, facilitando auditorias e rastreabilidade. 

Assim, o monitoramento da qualidade do leite é mais eficiente e assegura que o produto atenda aos padrões exigidos, mantendo a credibilidade. 

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Produção de leite no Brasil e no mundo 

O leite é um alimento presente na mesa da maioria dos brasileiros. Por isso, a sua produção é de extrema importância econômica e social. Para se ter uma ideia, os produtores deste alimento estão presentes em 98% dos municípios brasileiros, conforme o Mapa do Leite do Governo Federal.

Com mais de 34 bilhões de litros anuais, o Brasil se destaca como um dos maiores produtores mundiais de leite. Em 2022, ocupou a sexta posição no ranking mundial, ficando atrás de países como Índia, União Europeia, Estados Unidos, Paquistão e China.

Os maiores produtores nacionais estão concentrados em três estados: Minas Gerais, São Paulo e Paraná. A desigualdade na produção em diferentes localidades é um dos desafios dos produtores. 

Segundo projeções do agronegócio da Secretaria de Política Agrícola, para 2030, permanecem os produtores que se adaptarem às novas tecnologias, e melhorias na gestão, eficiência técnica e econômica. 

Como vimos, quando os processos são bem estruturados e realizados dentro dos fundamentos especificados pelas Boas Práticas Agropecuárias, a gestão da qualidade do leite é garantida. 

O não cumprimento dos requisitos ideais de qualidade, previstos em legislação, pode impactar significativamente nos objetivos do negócio. Continue se aprimorando nas boas práticas de controle de qualidade: baixe agora o [KIT] Manual de Boas Práticas + POPs.