Criada nos anos 60, a Matriz BCG ainda é um recurso plenamente aplicável nos dias de hoje. Bastante utilizada por gestores de empresas de grande ou pequeno porte, essa metodologia tem como principal objetivo relacionar a geração de lucro do produto final à necessidade de investimentos na linha de produção.
Não à toa, a Matriz BCG se tornou uma grande aliada dos gestores do ramo alimentício, pois facilita a realocação assertiva dos recursos orçamentários para impulsionar os resultados do negócio.
Será que meu produto está vendendo bem? Os consumidores se identificam com a marca? Eles estão satisfeitos com o produto que entregamos? Essas são algumas perguntas que uma Matriz BCG ajuda a responder. Continue a leitura e entenda como montar a sua.
A Matriz BCG é uma metodologia de análise de lucratividade desenvolvida pelo Boston Consulting Group, por isso o nome “BCG”. O responsável pela criação desse método foi Bruce Henderson. A intenção desse gestor era, principalmente, favorecer o equilíbrio entre os fluxos de caixa da empresa.
Para tanto, era necessário considerar as necessidades de investimento de cada tipo de produto na linha de produção. Isso seria feito identificando-se as taxas de faturamento de determinado produto. Aqueles com perspectiva de alto crescimento, necessitam assim de maior injeção de capital.
Do mesmo modo, aquela linha de negócios que não está trazendo os resultados previstos poderia ser desativada sem “peso na consciência”, ou seja, com a clareza de que o setor estava consumindo recursos em demasia sem trazer o retorno esperado.
A aplicação da Matriz BCG está diretamente relacionada ao crescimento de um negócio. A ideia principal é identificar as possibilidades de melhoria e, ao mesmo tempo, corrigir gargalos para realocar com mais assertividade o orçamento da empresa. Listamos 4 vantagens imediatas do uso da Matriz BCG.
Como vimos, o grande objetivo da Matriz BCG é proporcionar aos gestores um panorama completo do desempenho dos produtos e serviços da empresa. Sabemos que as oscilações econômicas do mercado exigem atenção aos desafios e oportunidades que surgem dia após dia.
Nesse sentido, a Matriz BCG permite se preparar melhor para driblar determinados desafios, de modo a manter o produto ou serviço competitivo no mercado. Da mesma maneira, os gestores poderão ter insights sobre onde vale mais a pena direcionar os investimentos.
Considerando-se a aplicação da Matriz BCG no setor alimentício, vamos supor o seguinte: um supermercado tem um catálogo com cerca de mil produtos. Acompanhar o desempenho individual de cada um deles pode ser bastante desafiador, especialmente no que diz respeito à centralização dessas informações e análise de indicadores.
Quando as equipes trabalham com a Matriz BCG, essa classificação fica mais didática e assertiva, pois os produtos terão uma representação visual mais criteriosa. Assim, todos os dados relativos ao desempenho de cada item constarão na tabela, proporcionando uma análise mais ágil e confiável.
Centralizar a classificação dos produtos na Matriz BCG também é importantíssimo do ponto de vista do Controle de Qualidade. Afinal, quando os dados estão bem apresentados, fica mais fácil encontrar e tratar possíveis não-conformidades.
Esse tópico tem muito a ver com o que dissemos anteriormente sobre a tomada de decisão. Isso porque, a partir da Matriz BCG, os gestores conseguem ter uma visão mais clara, concreta e confiável quanto ao desempenho de cada produto. Assim, a distribuição dos recursos (orçamentários ou de pessoal) fica mais assertiva, enquanto os processos operacionais ganham mais fluidez.
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Agora que você já sabe o que é Matriz BCG e quais as vantagens desse método para a sua gestão, vamos ao passo a passo básico para aplicá-lo no setor de alimentos.
Para começar, tenha em mente que a matriz é estruturada sobre dois blocos, onde um deles (eixo vertical) representa a taxa de crescimento do mercado e o outro (eixo horizontal) representa o desempenho do seu produto.
Ou seja, o eixo horizontal indica qual é a sua participação relativa no segmento. Esse índice é calculado a partir da divisão da participação da sua empresa no mercado pela participação do seu concorrente direto.
Após fazer essa estruturação básica, é hora de começar a compor a matriz. Defina então quais produtos e/ou serviços da sua empresa você pretende avaliar. O ideal é criar essa lista conforme a ordem crescente do volume de vendas, pois isso já trará uma perspectiva mais evidente da sua performance.
A matriz BCG deverá conter quatro células que indicam as combinações possíveis entre participação e crescimento do seu produto no mercado, configuradas da seguinte forma:
Utilize as linhas-guias do gráfico para sinalizar o desempenho dos produtos da sua lista. No bloco vertical, sinalize o crescimento do mercado. No bloco horizontal, sinalize o índice de participação do seu produto. Em seguida, analise na linha conjunta os resultados da participação relativa de cada um dos itens no segmento.
Vamos a um exemplo prático: se determinado produto performa para R$100 mil em vendas em um mês, enquanto o concorrente direto performa para R$200 mil em um mesmo intervalo de tempo, quer dizer que seu produto tem participação relativa de 0,5 no mercado, isto é, metade do índice da concorrência.
Agora que você já tem os quadrantes com a classificação dos produtos (as quatro células que citamos acima) e os índices de participação de cada um deles, é hora de olhar friamente para essa categorização e organizar sua estratégia.
Quanto aos produtos da célula de “interrogação”, por exemplo, será que vale a pena realocar investimentos para crescer nesse nicho? A mesma lógica deve ser pensada para os abacaxis, que supostamente já indicam produtos em baixa e que devem ser abandonados o quanto antes.
Em linhas gerais, podemos dizer que a definição da estratégia após a análise da Matriz BCG inclui os seguintes aspectos:
A seguir, listamos mais dicas para explorar ao máximo os benefícios da Matriz BCG no setor alimentício.
Outras metodologias podem ser grandes aliadas na aplicação da Matriz BCG, como a Matriz GUT, que ajuda a definir as prioridades ou a Matriz de Risco, que facilita o acompanhamento dos riscos e perigos da operação.
Isso consequentemente favorece o processo de classificação dos produtos, permitindo identificar com clareza aqueles que tendem a ter maior lucratividade.
Como vimos no tópico anterior, é preciso manter o padrão de qualidade dos produtos que rendem bem para o negócio sem demandarem grandes investimentos, já que eles são as “vacas leiteiras” da Matriz BCG.
Mas lembre-se de que os produtos que carecem de investimentos para se tornarem mais atrativos também devem ser priorizados. Afinal, eles podem representar boas oportunidades de “colheita”, desde que o orçamento seja bem realocado.
Reforçamos a importância de contar com suporte tecnológico na montagem e aplicação da Matriz BCG. As ferramentas digitais dão ainda mais agilidade e confiabilidade ao processo de classificação dos produtos dentro das células da matriz.
Além disso, estamos falando de um setor que lida com um vasto catálogo de itens. Portanto, investir em tecnologia é essencial para ganhar tempo ao centralizar e estruturar as informações relacionadas a cada grupo de produtos.
Outra tarefa bem importante na rotina dos gestores comerciais do ramo da indústria alimentícia é a gestão de fornecedores. Manter um registro completo e atualizado sobre as entregas dos parceiros otimiza muito o dia a dia das operações internas. Afinal, cultivar boas parcerias favorece o controle de qualidade.
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