Se tem um ramo que cresce consideravelmente entre nós é o do agronegócio no Brasil. Ainda assim, tem muita gente que não sabe por que motivo ou como exatamente isso ocorre, nem as razões para investir nessa área.
Na verdade, isso se deve ao fato de que muitos de nós crescemos numa geração que se afastou do campo, com as facilidades não apenas da internet, mas também dos hipermercados, que fazem esquecer de onde vem toda produção de alimentos.
Inclusive, surgiu até uma disciplina voltada para o estudo dessas relações, que é a de reabilitação urbana com foco em áreas centrais, cujo objetivo é garantir que a interação entre os espaços ocorra de modo natural e eficiente, sem alienação.
Realmente, trata-se de uma questão de ótica, pois a atividade agronômica nunca parou de funcionar. Na verdade, ela só tem crescido e é fundamental para qualquer país, tanto no sentido mais básico de alimentação quanto de crescimento econômico.
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Tanto é assim que, no último período, a soma de todos os bens, serviços e soluções gerais do nosso agronegócio chegou a um valor incrível de R$ 1,5 trilhão. Na prática, isso representa mais de 20% do nosso PIB (Produto Interno Bruto), e só tende a crescer.
Os dados são do próprio IBGE, em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/USP). Eles bastam para levantar a questão do investimento nesse setor, não é mesmo?
Ademais, existem muitos setores dentro do agronegócio, e sua compreensão não é tão simples. A principal divisão se dá entre setores: o primário, do produtor rural; o secundário, da indústria fabricante de insumos; e o terciário, de vendedores e distribuidores.
Assim, mesmo ao falar sobre madeira plástica ecológica, estamos falando do setor agronômico de algum modo, pois industrialmente esse composto inclui, em sua fórmula, a serragem, que é oriunda do meio rural.
Também por isso, essa divisão tradicional já não é suficiente para compreender a fundo qual o alcance do agronegócio, que na verdade pode incluir e impactar outras frentes, sendo as principais delas os seguintes nichos de mercado:
Entre tantos outros similares ou transversais, como é o caso do universo das leis, que lida com renovação de licença ambiental e trâmites sem os quais nenhuma atividade pode ocorrer na agronomia, seja primária, secundária ou terciária.
Além disso, já se fala até em AgTech, que é a implementação crescente da tecnologia e de lógicas da Indústria 4.0 no setor agronômico do país. Além de também já estarmos presenciando o surgimento de várias startups nessa área.
Por isso, decidimos escrever este artigo, para trazer e detalhar os principais motivos para investir no agronegócio nacional. Para entender melhor, basta seguir na leitura.
Todo mundo já ouviu falar em crise, e provavelmente a maioria de nós vem ouvindo falar nisso desde a época da escola, não é verdade? Porém, embora o Brasil já tenha passado por muitas recessões, sua taxa de crescimento populacional nunca diminuiu.
Claro que há muitos fatores para serem levados em conta, como o Índice de Desenvolvimento Humano, a inclusão social, questões como alimentação, saúde e até educação e quantas crianças têm um ambiente de estudo adequado.
Porém, segundo dados do próprio IBGE, já somos mais de 212 milhões de brasileiros, com crescimento de 0,8% ao ano. Desde o primeiro censo demográfico feito em 1872, esse número nunca deixou de crescer.
Também podemos considerar que a expectativa de vida só aumenta, graças ao avanço da medicina, dos fármacos e afins. Tudo isso aponta para algo muito simples: a demanda por alimentação, vestimenta e insumos oriundos do agronegócio só vai aumentar.
Este é, sem dúvida, o motivo mais imediato para um investidor considerar a importância do agronegócio no Brasil. Afinal, o que mais se busca ao investir em algo é a sustentabilidade, não é mesmo, no médio e longo prazo?
Lembrando que esse termo remete ao aspecto comercial (um negócio sustentável é aquele que pode manter uma curva segura de crescimento), mas também ao sentido ecológico, como ao fazer reciclagem componentes eletrônicos.
Nos dois casos o setor agropecuário apresenta números sólidos e tendências positivas. Afinal, o nicho industrial e de máquinas é um dos grandes motores desse segmento, sendo que a reciclagem é uma faceta muito importante disso tudo.
Além da explosão na demanda por alimento, temos ainda a famosa AgTech.
Sigla para Tecnologia Agronômica, ela também é um dos principais motivos para um investidor focar seus esforços nesse setor. Sempre que a tecnologia se desenvolve em um segmento, é sinal de que ele só deve crescer.
O maior case de sucesso do setor agronômico está nas startups que mencionamos acima. Hoje, a inovação chega a propostas realmente disruptivas, que giram em torno de iniciativas como a de soluções de monitoramento de máquinas e propriedades.
Em outras versões essa tecnologia pode até mesmo fazer controle de pragas e vetores similares, baseado não só em análise química, mas em dispositivos com sensores e monitoramento assistido em tempo real.
Outro reforço para isso está na utilização de drones e até de aplicação de inteligência artificial voltada para processos automáticos. Assim, a automatização da AgTech cresce a passos largos, graças a softwares, hardwares e soluções tecnológicas em geral.
Esses processos são importantes para os investidores, pois permitem monitoramento a distância. De fato, hoje uma linha de produção agrícola pode ser tão racionalizada e mapeada quanto uma fábrica fechada e controlada por câmeras.
Sem falar, é claro, na questão ecológica, já mencionada acima. Quando ela se une com a AgTech, é possível praticar desde um convívio mais harmonioso com plantações e até com animais, até soluções típicas como fertilizante foliar mineral.
Tudo isso tem a missão de tornar o agronegócio mais produtivo, mais sustentável e mais resiliente em relação às mudanças climáticas, tornando seu conjunto muito mais interessante para investidores de todos os tipos.
Outro elemento que a própria AgTech ajuda a fomentar, e configura um motivo e tanto para os investidores se voltarem para o agronegócio, é o modo como a rede de contatos se desenvolve nele atualmente.
Existem plataformas que ajudam e muito na hora da troca de informações. Isso pode ir desde matérias, artigos e conteúdos relevantes para o setor, até a troca de preços de produtos, insumos e ações na bolsa de valores.
Tudo isso facilita a vida dos vendedores e dos compradores, otimizando os processos de negociação do setor mais primário até o terciário de serviços e de distribuição.
Sem falar, é claro, na economia compartilhada, que permite que um negócio troque informações e até mesmo equipamentos. Assim, em vez de comprar uma máquina nova, um produtor pode fazer uma parceria com outro do mesmo nicho.
No tocante aos investimentos, essa economia compartilhada ajuda a fortalecer o setor e tornar sua subsistência permanente no longo prazo.
Como vimos acima, é muito comum ouvir falar em crise, recessão, inflação e falta de crescimento no país. Essas informações não são falsas, mas a verdade é que quase nunca incluem o setor agronômico.
De fato, o segmento pode passar por crises de inflação monetária (o que é normal com o tempo e cada governo resolve de um jeito), mas a recessão não chega nele, pois sua demanda é essencial, ao contrário de outros produtos e serviços secundários.
Só para ficar claro, a inflação é o que faz com que qualquer produto, como um papel indicador de PH, chegue a custar o dobro do valor dentro de um período pequeno. Quem ajusta isso é o Banco Central, com controle de taxas de juros e de emissão de dinheiro.
Já a recessão ocorre quando há crise de produção e falta de demanda. Ou seja, a empresa oferta seu produto, mas ninguém compra. Basta dizer isso para notar que com o ramo do agronegócio isso nunca vai acontecer, não é verdade?
Alimentação, vestimentas e até remédios que saem desse nicho são indispensáveis a todos nós. Segundo pesquisa da IstoÉ Dinheiro, na verdade o agronegócio é quem geralmente tem carregado a economia do país.
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Ou seja, quando tudo o mais está em crise, ele equilibra o mercado. A pesquisa referida verificou que o setor chegou a crescer mais de 14% nos últimos anos. Quando o mercado como um todo reduziu, ele expandiu, pelo menos, mais de 1%.
Além disso, quando a indústria no geral cresceu apenas 0,8%, e o setor imobiliário 0,6%, o agronegócio teve um crescimento de quase 2%. O próprio PIB do país, que é a riqueza da nação somada, não chega nem perto dessa curva de crescimento.
Com isto, fica claro que esses quatro motivos principais são mais do que o suficiente para um investidor considerar seriamente sua participação no agronegócio nacional.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.